quarta-feira, 29 de junho de 2016

DOUGLAS (DOUGIE) GARY YOUNG ( 1933-1991) - CANTOR ABORÍGENE AUSTRALIANO



Dougie Young, "The Land Where the Crow Flies Backwards"



O cantor e letrista aborígene Douglas Gary Young nasceu em 30 de agosto de 1933, em East Mitchell, Queensland. Os pais, também naturais de Queensland, foram Frank Young, um trabalhador branco, e sua mulher Olive Kathleen McCarthy, uma mulher Gurnu.
Nos anos Cinquenta, Dougie foi para Wilcannia, uma pequena cidade de Nova Gales do Sul. Aí trabalhou como boieiro à semelhança de muitos outros aborígenes. Um acidente acabaria por determinar o fim desta sua carreira, tendo Douglas Young direcionado os seus talentos para a música.
Wilcannia possuía então cerca de oitocentos habitantes, metade dos quais aborígenes que viviam em comunidade com muita música e muita bebida. A lei proibia o consumo de álcool pelos aborígenes, passando a polícia a vida a controlá-los e a prendê-los. Serão estas circunstâncias que fornecerão os temas das primeiras canções: "Cut a Rug", "Pass Him the Flagon" e "They Say It's a Crime".
As canções eram muitas vezes paródias às canções dos músicos populares ocidentais/brancos, mas a mensagem era sempre aborígene.

Fontes: Jeremy Beckett, 'Young, Douglas Gary (Dougie) (1933–1991)', Australian Dictionary of Biography, National Centre of Biography, Australian National University, http://adb.anu.edu.au/biography/young-douglas-gary-dougie-16283/text28225, published online 2014, acedido online 29 Junho 2016;
Blues, Jazz, Folk, & the World Before, Youtube.

terça-feira, 17 de maio de 2016

WENDY PARAMOR (1938-1975) - ARTISTA AUSTRALIANA


Wendy Paramor, Sem título, 1965. Charles Nodrum Gallery, Richmond, Australia.


Wendy Paramor (1938-1975) foi uma artista plástica australiana, nascida em Melbourne. Estudou arte no East Sydney Technical College e na Julian Ashton School. No início da década de Sessenta mudou-se para a Europa, onde permaneceu durante três anos. Passou grande parte desse tempo no sul de França. Durante esse período esteve também três meses em Portugal, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Neste breve espaço de tempo, apresentou exposições individuais em Lisboa, Coimbra e Porto. Sobre uma dessas exposições ficaram as palavras do dr. Fernando de Pamplona, na sua então habitual "Crónica de Artes Plásticas", ditadas aos microfones da Emissora Nacional, em 23/6/1961:

    "Dá-se um salto no tempo quando se visita, na Sociedade Nacional de Belas-Artes, a exposição de pintura a óleo, de guachos, pastéis e desenhos da jovem artista e poetisa australiana Wendy Paramor. Poetisa se mostra também nos seus trabalhos plásticos, que têm uma linguagem sibilina e enigmática. Em alguns deles, há vagos reflexos da realidade objectiva, como em "Florença vista de Belvedere" - não apenas transposição, mas recreação irreal em seu subjectivismo. Outros, porém, com títulos, a intrigarem os profanos, como "A neve sonha em Nova Iorque" ou "Barcelona", são abstractizantes ou até abstractos. Alguns, como "Florença azul", possuem suavidade em seu fino arabesco e em seu colorido sóbrio. Wendy Paramor, que estudou numa academia australiana e visitou os grandes centros europeus, põe uma nota de cosmopolitismo nas suas pinturas e desenhos, em que se denunciam influências estranhas e em que se adivinham naturais hesitações. Mas sente-se nessas obras, a par de habilidade natural e sentimento plástico, uma sincera procura de caminhos e soluções - mercê dos quais os seus vinte-e-três anos possam afirmar-se mais vincadamente - possam florir."

Os trabalhos de Wendy Paramor encontram-se dispersos pela Grã-Bretanha, Estados Unidos da América, Portugal, França, Itália e Austrália.


Fontes: Art.Net.Au (foto); Paul McGillick, 'Paramor, Wendy (1938–1975)', Australian Dictionary of Biography, National Centre of Biography, Australian National University, http://adb.anu.edu.au/biography/paramor-wendy-11337/text20247, published first in hardcopy 2000, consultado online 18 May 2016; Dr. Fernando Pamplona, "Crónica de Artes Plásticas", emissão [Emissora Nacional] de 23/6/1961.

terça-feira, 19 de abril de 2016

CHARLOTTE WOOD VENCE O STELLA PRIZE 2016



THE NATURAL WAY OF THINGHS
Man on the moon media/Youtube


O romance "The Natural Way of Thinghs", de Charlotte Wood, venceu o Stella Prize 2016. Segundo a presidente do júri, Brenda Walker, trata-se "de um romance do e para o nosso tempo, explosivo ainda que escrito com arte e astuta frieza. Parodia, com seriedade de aço, o estado de ser visível e feminino na sociedade ocidental contemporânea.Charlotte Wood transporta-nos de um pesadelo de desamparo e desespero para a fantasia de vingança e acerto de contas."
Charlotte Wood é autora de cinco romances e um livro de não ficção. É editora da revista The Writer's Room Interviews. O seu último romance, "The Animal People", fez parte da lista longa para o "Miles Franklin Literary Award" e outros livros seus têm figurado nas shortlist de diversos prémios, incluindo "Cristina Stead Prize for Fiction".





segunda-feira, 18 de abril de 2016

TEGAN BENNETT DAYLIGHT - ESCRITORA AUSTRALIANA

Tegan Bennett Daylight e o livro de contos Six Bedrooms
Booktopia TV - Youtube



Tegan Bennett Daylight é professora, crítica e escritora de ficção. Escreveu vários livros para crianças e adolescentes. É ainda autora dos romances Bombora, What Falls Away e Safety.
Vive em Blue Mountains com o marido e dois filhos.

Fontes: The Stella Prize; Youtube.

STELLA PRIZE 2016 - SHORTLIST



Relativamente ao Stella Prize 2016, foram selecionadas para a shortlist as seguintes autoras e obras:
- Tegan Bennett Daylight, Six Bedrooms;
- Peggy Frew, Hope Farm:
- Elizabeth Harrower, A Few Days in  the Country: And Other Stories;
- Mireille Juchau, The World Without Us;
- Charlotte Wood, The Natural Way of Things;
- Fiona Wright, Small Acts of Disappearance.

Fonte: The Stella Prize.

STELLA PRIZE

O "Stella Prize" é um prémio australiano que distingue o contributo de escritoras australianas para a literatura, promovendo não só a difusão das suas obras, mas também reconhecendo nelas modelos para as jovens em idade escolar e a para as escritoras emergentes.
A natureza feminina do prémio surge da constatação da sua fraca presença nas páginas literárias dos principais jornais australianos. Por exemplo, em 2011, no The Weekend Australian, apenas 30% das críticas literárias visavam livros escritos por mulheres. Também nos inícios de 2011, até essa data, apenas 10 mulheres tinham sido vencedoras do prestigiado Miles Franklin Literary Award.
O Stella Prize recebeu o nome em homenagem a Stella Maria Sarah Miles Franklin.
Foram até agora galardoadas com esta distinção Carrie Tiffany pelo seu segundo romance Mateship with Birds (2013); a Clare Wright foi-lhe atribuído igual prémio pela obra The Forgotten Rebels of Eureka (2014); e, em 2016,  Emily Bitto por The Strays.